quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Desenfreados, todos estão à procura de uma resposta, à procura de um resultado universal válido para todas as situações, todos estão à busca da cura de suas doenças, todos estão em busca de alguém ou algo que preencha o vazio existencial, ou não, de suas almas cansadas. 
Todos querem conforto, retidão, perdão, compreensão, fuga, esconderijo, amor e não veem as delicadezas escondidas atrás de uma m
úsica, não enxergam a beleza das cores expostas pela luz do dia, pelo cair da noite, nas sombras. Não veem a doçura de uma poesia, não entendem o encanto de todas as palavras, não conseguem perceber que são criadores, atores de um espetáculo cotidiano que insistem em transformar em meras rotinas de horas marcadas pelo movimento de máquinas pálidas, por vezes gélidas.
Todos estão esperando em filas para o abate inevitável e muitos não se dão conta de que já foram abatidos pela inércia, por assentir com as cláusulas não lidas, pelas escolhas impostas e postas sobre a mesa e devoram, devoram até se fartarem do pão podre e se matarem por não viver.
Todos expõem seus medos e se agarram a eles como salvação!
Todos escondem seu amor!
Todos fecham os olhos para a dor alheia!
Todos cutucam a ferida exposta e sangram, e riem, e dançam na mediocridade.
Todos se veem como única verdade, como se esta fosse a razão única de vossas existências.
E os dias passam, a vida se esvai, a música acaba, a poesia se finda e de nada valerá o remorso, não há volta...

Ainda assim, há sempre a esperança das exceções...