sexta-feira, 13 de julho de 2012

Don't cry - Fight Club

Os olhos secos, assim como ofegava sua boca, som quente, constante, profundo.
Sua respiração era sua alma gritando: Don't cry, baby. 
"Every people die", ecoava o filme na TV. "She is a liar".
Todos dormem, mas a casa não, tem sua própria vida, cor, não alcançava a água..."Thank you, Chloe".
Som ácido: I'm not a liar. Ar ácido, cor ácida. I want you!
Nunca vai esquecer o gosto ácido daquela luz laranja... Escreveu na parede para não esquecer.
"What want you?"
Ela não sabe, pobre.
Velha, esquecida, chapada.
Desejava e odiava o próprio corpo, lhe percorrendo com as mãos agressivas.
A alma continuava a gritar em sua respiração.
Não entende as legendas, só sabe que há outra pessoa, mas não outra alma.
"Welcome", ao mundo desnudo de uma noite fria e embaralhada.
"I pray for a crash!"
Uma nova marca no corpo, travessuras do tempo perdido.
"Tyler!"
"Silence!"
Cão, maldito, não para de latir.
"That's my car!"
Todos gritam, todos lá fora, todos dentro de si! Tão leve e tão funda.
"Please, sorry!"
Era como ser invadida, possuída, voa nas profundezas.
A alma lhe sai por entre os dedos, escorrega e percorre as linhas, absorta ou em transe, a receber uma entidade, possuída por outra entidade e resolvem brincar de roda, recitar poesias e embriagar-se de cheiros e fumaça.
De mãos dadas a tocar os seios uma das outras, a se sentirem uma.
"What?"
Gritam, choram e riem!
"It's crazy!"
Se batem, se sangram, se curam.
"Tyler Durden!"

Cor, gosto e cheiro ocre!
"Fight Club!"
Aos poucos a alma voltava para o corpo, percorria-lhe a mão, braços e, vagarosamente, os pés frios.
"Stop!"
Sangue ocre, filme ocre.

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