sexta-feira, 1 de junho de 2012

Bugânico

Há pessoas que apenas a lembrança mais simples faz com que as palavras jorrem por entre as linhas do papel.
Mas há aquelas que me calam, me limitam a contemplar as mil faces que as habitam, os monstros guardados, os velhos empoeirados, a eterna criança, as vozes doentias, as raízes andantes, a beleza da loucura, o cheiro de erva quente e amarga, o amor desprendido e sem medidas, as vísceras expostas, sangue, pedras, tambores, martelos, inconsciente freudiano, cores, escuridão, profundidade, abismo e canção. Sombras em metamorfose, dor silêncio que provoca o murchar de plantas miúdas.
Essas pessoas se fundem, confundem e difundem, um plural de um corpo só, pó, barro, vida, que cria, recria, prosa, poesia, música, sinfonia.


À pessoa que me inspira sempre e que alma dele mora em mim e a minha nele, Daniel.

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