sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tenho asas em minhas mãos...
Asas que desenham, contornam incertezas, desejos, sensações, medos, tristezas e alegrias no papel.
Asas que sulcam, esculpem a minha alma em rimas e prosas, em notas musicais, doce e amarga harmonia.
Asas que me levam às dúvidas, ansiedades, revoltas, que penetram e percorrem meu corpo, me expondo, escancarando portas e janelas, segredos velados em sonhos, metáforas.
Asas que alimentam, limpam e curam a mente em símbolos fonéticos, diariamente traçados em linhas retas uma vida torta.
Asas desinibidas, despudoradas, que me despem o corpo, molha a boca e faz os olhos se perderem em outros olhos.
E, vez ou outra, essas asas insistem em apagar todos os contornos, demolir construções, mas uma vez feito, na alma e no corpo ficam as marcas e batem as asas sem ir embora.

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